1 de fevereiro de 2016

Revenge - 3



Liam parecia se sentir mal por ter dado tal ideia, mas eu sei que ele pensa como eu, por mais de ser errado é nosso modo de vingança e sentir que vai ter alguma justiça depois de tudo que aconteceu conosco.  


SEGUNDA FEIRA 



Eu estava com uma pequena bolsa azul que continha cem gramas de cocaína, suficiente para incriminar alguém, no caso... Mary. 
Mal consegui dormir a noite, não saía da minha mente todas as consequências, mas eu não iria fugir. 
Muito fácil fazer isso o difícil é não me sentir culpado depois, ela é super desligada, nunca checaria o fundo da sua bolsa. 
Ainda era cinco horas da manhã, dei um jeito de entrar na casa e subi até seu quarto, ela dormia serena na cama, parecendo ter algum sonho ótimo, ao achar a mochila, coloquei a droga no fundo dela e a guardei exatamente como estava. 
Suspirei aliviado e fui até a porta, ao abrir a mesma, escutei sua voz baixa logo atrás de mim.
Merda, merda, mil vezes merda! 
Me virei imediatamente pra ela que passava a mão pelo rosto se sentando parecendo confusa, preciso de uma ótima mentira pra sair dessa. 

- O que está fazendo aqui? São... - Olhou para o relógio - cinco e quinze. 
- Eu... Eu... - Suspirei 
- Algum problema? 
- Tive um sonho terrível com você - Cocei a nuca - Foi tão real que não consegui mais cair no sono, pensei que vindo aqui e vendo que está bem, poderia me acalmar. 

Ela acabou rindo e me encarou com um sorriso, mostrando que minha mentira não havia sido tão péssima. 

- Está se preocupando comigo agora? 
- Só quero evitar que algo de ruim aconteça com você. 
- Isso é se preocupar. - Sorriu vitoriosa 
- Foi um erro vir aqui - Desviei o olhar - Por isso já estou indo. 


- Ei, fica um pouco, perdi meu sono - Deu de ombros 

A encarei com dúvida, poderia dar as costas e recusar, porém eu queria ficar ali mais um pouco, olhar pra sua cara de sono que esboçava um sorriso pequeno. Assenti e me sentei do seu lado, ela olhou pra mim parecendo surpresa e ao mesmo tempo satisfeita por ver que fiquei. 

- Vou escovar os dentes então, espera aí - Se levantou

Mary foi até o banheiro mas não demorou muito para que ela voltasse se sentou na cama e olhou pra mim, não conseguia decifrar o que ela pensava pelo olhar, mas vindo dela, não demoraria muito para que ela falasse. 

- Sobre o que sonhou? 
- Ahn... - Pensei em algum sonho dramático 

Lembrei de um sonho que tive com a minha mãe logo depois que ela morreu, no caso, só trocar as personagens principais. 

- Sonhei que alguém te machucava - A encarei - sem piedade, tentava te ajudar mas não conseguia, não importava o quanto você pedia ajuda, eu não era forte o suficiente pra te ajudar. 
- Perdeu o sono por um sonho? 
- Eu sempre tenho isso - Desviei o olhar - perco o sono fácil 
- É, eu também. 

Voltei meu olhar pra ela que insistia em manter seus olhos castanhos vidrados em mim, por um momento esquecia de tudo que eu estava fazendo e que seu pai já fez, só pensava nela como uma garota divertida e atraente. Por um momento de silêncio ela se aproximou e eu estava caindo feito um idiota também me aproximando mais dela, por mais que não devesse, não demorou para que seus lábios tocassem os meus, senti sua respiração um pouco mais acelerada, algo dentro de mim implorava para que eu fosse embora naquele instante, por outro lado, tinha algo que gritava pra mim parar de ser um idiota e beijá-la, bem acabei seguindo os gritos.
 A beijei naquele momento, coloquei minhas mãos entre seus cabelos e me aprofundei no beijo, senti sua mão pousar sob meu peito e me puxar um pouco pela camisa para que eu fosse caindo sob seu corpo que se deitava na cama e assim fiz, em pouco tempo, me vi por cima dela com as mãos por baixo de sua blusa a beijando cada vez mais intensamente. 


Ao romper o beijo olhei em seus olhos, transmitiam surpresa e minha respiração estava totalmente descompensada. 

- Preciso voltar pra minha casa, eu... 

Quando iria me levantar ela segurou em minha nuca e eu tive que voltar a olhá-la. 

- Não precisa voltar.
- Não posso perder meu emprego. 
- Se não quisesse nada, não teria vindo até aqui. 

Por um segundo ela está completamente errada, eu vim por outros motivos que ela nem desconfia, mas por outro momento, eu queria demais beijá-la e só fui notar isso depois que fiz. 
Tive meu momento de lucidez e me afastei dela, sentei na cama passando a mão pelo rosto claramente me sentindo um idiota, o que está acontecendo? 

- Desculpa - Ela disse - foi sem querer. 
- Não, tudo bem - A encarei - a culpa é totalmente minha, preciso voltar pra casa e esquecer isso. 

Ela iria dizer mais alguma coisa porém eu me levantei e fui embora, tentei ao máximo evitar que eu pudesse ser visto principalmente pelo seu pai, Marlon. 
Ao chegar na minha cama, joguei meu corpo na mesma e suspirei, estou mais ferrado do que imaginava. 


***



Estava dirigindo levando Mary até seu trabalho, no caminho havia uma blitz, parei na mesma e ao ver a imagem do Liam, quase gelei, soltei um suspiro nervoso, enquanto ela me perguntava o que estava acontecendo. 

- Não sei - Respondi - uma blitz provavelmente, vou parar 
- Tudo bem. 

Parei o carro e Liam conversou com outro policial que estava com ele que veio até nós, começou a nos revistar e ao pegar a bolsa dela, respirei fundo já sabendo o que viria depois. 

- Senhorita, pode me explicar isso? - O policial ergueu a droga nas mãos 
- Eu... não sei - Disse confusa - não tenho ideia do que seja. 
- Ah, não tem? - Questionou debochado - vai explicar isso na delegacia, está detida. 
- Isso é mesmo necessário? - Tentei intervir 
- Cocaína é proibido por aqui - Me encarou sério 
- Eu sei, mas... 
- Não tem mas, melhor contratarem um bom advogado. 

Mary foi algemada e me olhou como se implorasse por ajuda. 

- Vou ligar pro seu pai, você vai sair logo. 

Ela assentiu com os olhos marejados e foi colocada em um carro que logo partiu, olhei para o lado e Liam se aproximava. 

- Roger é o mais durão da equipe, com ele não tem papo
- Notei - Suspirei 
- Arrependido? 
- Eu não sei de mais nada. 


- Louis, se for pra te deixar pior desista logo disso 
- Vou ligar pro pai dela - Eu ignorei o que ele me disse

Liguei para Marlon que ficou desesperado ao telefone, disse que seguiria para a delegacia e que eu deveria voltar pra casa, se desculpou pelo incidente, mas vê-lo daquela forma mesmo me deixando mal, deu sentimento de dever cumprido. 
Fui direto pra casa, tomei um banho pra esfriar a cabeça e coloquei uma calça. 
As horas passaram, logo ficou de tarde e depois a noite, eu apenas tentava me entreter com filmes e séries, mas Mary não saía da minha cabeça, queria saber como ela estava. 
Por um momento, noto que parece que estou passando de mocinho para o grande vilão da história, da forma mais irônica, ainda me lembrava do beijo no quarto dela. 
Já era dez horas da noite quando escutei algumas batidas em minha porta, fui até a mesma e Mary estava lá, os olhos um pouco inchados provavelmente de tanto chorar, parecia cansada. 

- Mary... tudo bem? 
- Tudo péssimo. - Disse baixo - Meu pai acha que a droga é minha, posso ficar aqui um pouco? 
- Claro, claro - Abri passagem 

Ela entrou com os braços cruzados e uma mochila diferente nas costas, a soltou no chão e jogou o corpo na poltrona. Fui até a cozinha, peguei um copo com água e voltei para entregar à ela. 

- Obrigada - Agradeceu 
- Pelo visto, foi difícil. 
- Você acredita em mim, Louis? 
- Sobre? 
- Que a droga não é minha, acredita em mim? 

Tinha vontade de gritar que claro que acreditava nela, que o monstro da história sou eu e que nunca deveria tê-la envolvido em um assunto entre seu pai e eu. 

- Acredito, Mary. 
- Não está dizendo isso só pra me agradar, não é? 
- Não - Ri baixo - eu acredito em você, prometo. 


- Foi horrível, todo mundo me julgava ou debochava de mim, só um policial foi simpático acho que o nome dele era Luke... não, Liam. 
- Ah, sim, ele é um conhecido meu. 
- Ele tentou me ajudar, enquanto meu pai só gritava e... 
- Aconteu alguma coisa além da prisão. 
- Ele me deu um tapa no rosto quando estávamos no carro, ele nunca fez isso. 

Ela começou a chorar, não havia como eu me segurar, fui até ela que levantou-se e me abraçou, hesitei por pouco tempo, correspondi ao abraço e acariciei seus cabelos longos. 

- Ele só estava nervoso. 
- Foi o pior dia da minha vida, provavelmente o pior dia da vida dele também. 
- Amanhã tudo vai estar melhor. 
- Louis - Me encarou - posso ficar aqui essa noite? 
- Mary... 
- Por favor, não posso voltar pra casa. 

Bem, esse é o minimo que eu posso fazer, só estava com medo, me assusta o fato de estar me apegando à ela, da mesma forma que acho que ela já se apegou à mim. 

- Tudo bem, pode ficar, trouxe roupas? Tem um banheiro ali - Apontei 
- Trouxe, sim... obrigada, de novo. 
- Não precisa agradecer. 

Ela foi até o banheiro e eu me deitei na cama, minha cabeça parecia que ia explodir. 
Meu lado bom queria protegê-la e meu lado vingativo queria destruir todos com seu sobrenome. 
Liam me mandou uma mensagem falando que estava tudo bem e parece que o plano deu certo, Marlon saiu completamente desestabilizado. 
Bloqueei meu celular e com tempo, ela saiu do banheiro vestindo uma regata e um shorts, sentou-se do meu lado e olhou em meus olhos. 

- Quem iria fazer isso comigo? 
- Não sei, olha, esquece isso, é o melhor que pode fazer. 
- Queria ter conhecido mais caras legais feito você antes. - Sorriu de canto 
- Você é nova, vai conhecer vários caras mais legais que eu. 
- Fala como se fosse um senhor de idade. 
- Estou tentando ser positivo. - Ergui as mãos em rendição da discussão. 
- Eu sei, sabe, mesmo com todos esses problemas, ainda penso sobre ontem de madrugada. 
- Foi um erro meu, desculpa. 
- Erro? Pra mim foi um acerto. 

Ela não tinha vergonha de falar o que pensava, gostava de manter a atitude, enquanto eu ficava feito um idiota tentando não ceder. 

- Mary, não brinque com coisa séria. 
- Okay - Riu - estou cansada e decepcionada demais pra entrar em outro assunto. 
- Quer ficar na cama? 
- Quero, mas não precisa sair dela - se aconchegou - essa é a mágica da cama de casal. 

Acabei rindo e olhei pra ela que não demorou pra fechar os olhos , seu corpo parecia pesado e depois de dez minutos, provavelmente ela caiu no sono. 


Me aproximei dela tirando os cabelos do seu rosto e soltei um suspiro. 


- Me desculpa por tudo, Mary. 


continuo com 8 comentários

CONTINUA... 

Desculpa a demora gente, estou dando meu jeito pra conseguir internet e postar algum capítulo decente, mas está difícil, porém não quero deixar vcs na mão <333 beijão 

14 comentários:

  1. AAAAAH! Q ISSO? eu torci MUITO pro Louis desistir na última hora, to triste, vai dá merda :s posta logo PORFAVOR e valeu pelo esforço de postar, sério, vlw msm

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    1. Louis tá malvado haha, vou tentar postar logo, obgg sam <3

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Tadinha dela :/
    Vlw pelo esforço pra posta, esta ficando cada dia melhor..
    Continua

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  4. Será que o pai dela vai expulsar ela de casa.Sinto cheiro de culpa. Oh no Louis.

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  5. Nossa.. Ta Perfeito
    sinto que algm vai acabar se magoando...
    .
    Ja falaram que vc deveria escrever um livro?
    Continua pfv...

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    1. Muito obg senhora Horan, haha, não sei talvez, fico feliz com isso <3 continuo sim

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